sábado, 31 de janeiro de 2009

NÓS

Final, início.
Chão, Tecto.
E é para o precipício
O mal que te remeto.

Frio, calor.
Sol, Lua.
Contrários de fervor?
Verdade nua e crua.

Significado, significante.
Ouço-te, falo-te.
Mas é tudo importante,
Ou calo-me? Calo-te.

Silêncio, grito.
Sozinho, Irmandade.
Estou bem? Estou aflito?
Não sei. É a verdade.

Mal, bem.
Vestido, nu.
Contradiz? Detém?
Sou eu. És tu.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Olhar-te profundamente


Olhar-te nos olhos. Reclamas que te olho profundamente. Desculpa. Tudo o que vivi foi profundamente.
Ensinei-te quem sou. Foste-me tirando o espaço entre os abraços. Guarda-se apenas uma fresta.
Eu que sempre fui livre. Nada me importa. Nada me importa. Os outros nada me dizem! Quero resgatar. Até onde posso ir para resgatar! Não reclames. Não me podes pedir para me inventar de novo.
Desculpa se te olho profundamente. Tão rente à pele. Ao ponto de ver os teus antepassados nos teus traços. Ao ponto de ver a estrada antes dos teus passos. Não posso separar as minhas vitórias dos meus fracassos. Não renunciarei em mim nenhum pedaço do meu ser. Vibrante. Errante. Sujo. Livre. Quente. Eu quero estar vivo. Quero permanecer a olhar-te profundamente.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Palavras em vinho quente


Vinho? Tinto? Branco? Tinto, sem dúvida...
Tinto... Cor de sangue, cor de tinta... a tinta que escreve palavras quentes e as frias que doem... Em páginas, folhas, na pele... sobre mim, sobre ti... 
O vinho que me tinta, que te tinta, que me desenha e te desenha...
Vinho quente... acrescenta-lhe canela para adocicar e vinho do porto para estremecer... Podem ser linhas doces ou uma escrita de opiniões que levam à loucura...

É com este vinho que vamos soltar as palavras... com o vinho que leva à loucura...