quinta-feira, 30 de abril de 2009

THIS LOVE

Este amor...
Apenas foram dias vermelhos em que as folhas das árvores eram cor de sangue e os ramos as minhas perdições.  
Em que o cheiro das noites tecia o aroma dos dias.
Em que o ranger da palha de uma velha cadeira,seca ao sol, não me deixava sentar!

Este meu amor...
Que gritava pela chuva que era sentida na pele. Em pequenas gotas pesadas. Carregadas de vento. 
Onde uma luz negra que queria fugir pelas frestas, me aprisionava. E aos poucos tornava-se pedaços do meu ser...

Eu? Sim, sou um ser estranho, pequeno e estranho. Tudo entranho e lanho, ao mais profundo pormenor!


posted by: MEIXEDO

quarta-feira, 15 de abril de 2009

na vida





AMAR






(respirar)







basta.






posted by: Fangueiro

terça-feira, 7 de abril de 2009

Tempo

Eu em velocidade
Eu em agonia
Eu que não queria
Eu na minha mocidade.

Eu, com e sem sorte
Eu, com e sem sorriso
Eu no paraíso
Eu perto da morte.

Eu quando procuro
Eu quando choro
Eu quando adoro
Eu quando seguro.

Eu depois de ti
Eu depois de mim
Eu depois do sim
Eu depois que vi.

Todo eu sou lento
Todo eu sou espera
Todo eu sou quimera
Todo eu sou vento.

Porque todo eu voo
Porque todo eu sou tempo.



terça-feira, 31 de março de 2009

POEMA RETIRADO DO FILME " 10 THINGS I HATE ABOUT YOU"
sem dúvida palavras que todos nós sentimos, mas nunca as dizemos....!


I hate the way you talk to me and the way you cut your hair. 

I hate the way you drive my car. I hate it when you stare. 

I hate your big dumb combat boots and the way you read my mind. 

I hate you so much it makes me sick. It even makes me rhyme. 

I hate the way you're always right. 

I hate it when you lie.

 I hate it when you make me laugh. Even worse when you make me cry.

 I hate it that you're not around and the fact that you didn't call.

"But mostly I hate the way I don't hate you. Not even close, not even a little bit, not even at all." 

quarta-feira, 25 de março de 2009

CÉU DE DOIS CAMINHOS


Mundo distante,

Mundo opressor,

Quero ser amante

E esquecer o amor!

Seguir sem destino

E poder voar,

Voar sem tino,

Esquecer de amar!

Que voo obsessivo,

Num céu de dois caminhos,

Cruzados, perdidos,

Errantes ou passivos!

Vou voando.

Vou caindo.

Caindo no nada

Do tudo que vou sentindo!

Em queda livre

Suspenso no infinito,

Preso no horizonte vertical do sentimento,

Fugindo da linha imaginária, 

Entre ti e o pensamento.

Amor que voa

É por ti descartado,

Amarrado e tapado,

Levado à toa.

Quero voar

Mas não voo!

Quero ir mas não vou...

Tudo porque plano no sonhar,

No invisível...

Tudo porque ando ao luar

E te amo no impossível.


posted by: FANGUEIRO

segunda-feira, 23 de março de 2009

Humano

É conceito, talvez mais um pré-conceito. É para quem tem corpo, talvez mais para quem tem alma. É de quem sente, talvez mais de quem ama.
É o que somos, talvez mais aquilo que, muitas vezes, achamos ser. É uma atitude, talvez mais uma acção. É ter vida, talvez mais viver.
Humanidade... diria eu que uma simples definição. Não é o que se vê aquilo que a define. Não é a boca, a cabeça, as pernas ou os braços... É o que está oculto no olhar: alegria ou tristeza, medo ou força, raiva ou amor.
Quem é mais humano? Eu, que mato os bons sentimentos que correm no sangue da tua alma? Ou tu, que me dás um sorriso a cada minuto da tua vida? Qual de nós merece ser chamado assim?
Dou comigo a pensar que até um insecto consegue ser mais humano do que muitos que por aí se intitulam de homens!

quinta-feira, 19 de março de 2009

JANELAS

Sonhas com uma casa à beira-rio. 
Sonhas com um mar plantado.
Com o brilho de um desvio
De um pássaro de voo sonhado.
Digo-te com um sorriso:
Sonha. Imagina.
Neste terraço onde piso
Tu sonhas. Muito me ensina.
Nesse olhar de Lua,
Mostras um espelho de água,
Uma verdade nua e crua.
Sem mácula. Sem mágoa.
Um sonho, dizes tu.
E eu sonhei foi contigo.
Um sonho branco, nu,
Onde ligas o que desligo.
Não sonhas com uma casa
Mas com as suas janelas.
É por onde o amor estravaza,
E sonhas comigo por detrás delas.

posted by: Fangueiro

terça-feira, 17 de março de 2009

Espelho

Falam dos espelhos. Os reflectores da alma! Mas mentem. Nada nos dizem! Apenas nos desenham lábios. O nosso sorriso. Apenas nos desenham olhos. O nosso olhar. E de tão fino lápis esse vidro reflector enche a cor dos olhos. Apazigua a alma e fere o coração! E ao ver-me sentado numa cadeira de vazios, calço as meias. Calço os sapatos. Ergo este meu corpo, tão novo mas cheio de dor! Ali pereço diante de um espelho de água, feito de pedaços meus, de histórias tuas que alguém quererá contar.
É feito de fantasias que alguém perdeu. É feito de rosas que atiras ao mar!


posted by: Meixedo

segunda-feira, 9 de março de 2009

SAUDADE

Vazio.
Incompleto.
Frio.
Já não sou língua,
Sou dialecto.

Silencia.
Uma voz estranha.
Denuncia.
A maldição portuguesa
Em mim entranha.

Grito amarrado.
Dor.
A sete chaves fechado
Falo calado,
Chorando por amor.

Partiste.
Foi verdade,
Que mentiste!
O sentimento quebrou
Com a palavra saudade.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Longe...


Longe do que é certo, do que é errado, do intermédio, do equilíbrio.

Longe da vida, da morte, da alma, do corpo.

Longe do que fui, do que sou, do que estou destinada a ser.

Longe da calma, da tormenta, do ruído e do silêncio.

Longe do real, do sonho, do sorriso e do choro.


Longe da terra, do céu, da dor e da felicidade.

Longe do sentido, da loucura, do sentimento e da raiva.

Longe, tão longe... estou longe de tudo o que está perto, de todos os que querem estar perto!

POSTED BY: D.SILVA

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

ESCRITA

Sinto-me cansado.
Sem vontade de escrever.

Passo linhas à frente.
Faço o que me apetecer.
Escrevo sem métrica
E   S E M   E S P A Ç A M E N T O.
EM MINÚSCULAS? em maiúsculas?
Palavras sem tratamento. 
Enervam-me as exclamações!
Irritam-me as reticências...
iniciar com letra GRANDE?
Não. Deixo para outras ciências
Que abusam dos advérbios,
Que pagam com provérbios
Uma escrita formatada
E uma língua maltratada.
etc.
etc.
etc.
etc.
Rima fácil esta.
Igual e de continuidade.
"Etecéteras" é coisa que não presta.
Vá, quero liberdade.

posted by: Fangueiro


sábado, 21 de fevereiro de 2009

FLASH


Dizem-me que vai e que não volta!

Dizem-me que a pele envelhece e as rugas rasgam-me o rosto.

Contam-me historias de vento e de sol. De dias de chuva. Dias de frio

Conta-as por mim.

Diz-lhes que um dia eu tinha rugas. Mas de expressão. Conta-lhes o que fui.

Contam-me que os dedos dobram e os olhos fecham. Contam-me que o cabelo fica cor da neve e que a neve cai!

Diz-lhes que um dia a minha neve era cor chocolate negro e te deliciava!

Contam-me que o peso da alma torna-se maior. Que o rasgo dos dias nao tem fim e que o choro é igual ao sorriso! Contam-me que as batalhas são asas de aves que abrem e não fecham!

Diz-lhes que um dia as tive. E que nunca as fechei.

Contam-me que os dias são ponteiros de relógio que não param. Contam-me que os ponteiros são motores da vida que enfraquecem!

Contam-me que a cor dos dias fica cinzenta. Que as flores murcham. Que a tua voz fica mais leve e mais fraca!

Diz-lhe que as cores para mim eram tubos de tinta espalhados pelo chao. Que as flores viviam sempre vivas. Num movel em cima do quarto. Diz-lhes o quanto a minha voz é estridente. Que baixa de tom quando se envergonha...

Contam-me coisas de encantar. De chorar. E de ficar. Contam-me pedaços de mim, de ti e deles.

Diz-lhes que um dia eu desci a calçada a cantar. Que a desci a gritar. Que a desci a sorrir.

Diz-lhes.

Se os meus olhos cerrarem o mar continuará azul. Que serei o eterno apaixonado do vento e do rasgo dos teus olhos.

Diz-lhe com quantas cores te pintei. Com quantas cores colori a vida.

Mas diz-lhes por favor. Com quantos sorrisos te encontrei. Com quantos te arrastei. Com quantos te convenci. Com quantos te fiz feliz.

Diz-lhes o que é ser feliz.

posted by: MEIXEDO

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Amor

Corpo... frio... É tudo o que vê a minha alma... único pedaço de mim que ainda está quente, que ainda sente. Sou eu? Se não, então quem é? Estou num transe sem fim que se apodera do que é meu tornando-o no que é teu.
A minha vida é agora um filme cujo guião não sou eu que escrevo. A produção é minha... mas a realização é tua. Há coração mas não há mão, não há cabeça, não há chão. Não existo eu, existes tu... em mim. O meu "eu" ainda existe... porque tu insistes ele persiste. O teu "eu" é o meu, quase como se não soubesses o que é teu. Não deixamos a vida, simplesmente vivemos com mais força. É confuso, estranho, torna-me impaciente. Ao mesmo tempo é calma, harmonia e torna-me resistente.
Não vejo a escuridão, foi luz o que me cegou... Amaste-me com um sorriso, seguraste-me com um abraço... Fizeste de mim a tua vida como eu fiz de ti a minha.
Não sou eu, nem és tu... Somos nós!

Posted by: D.Silva

sábado, 14 de fevereiro de 2009

VIDA

Rugas.
Rugas de expressão. De vida.
Marcas de um sol antigo.
De sombras e de mágoas 
Que cravam. Que escavam.
Traços de experiência
Com sorrisos disfarçados
E gargalhadas sentidas.

Sinais.
Pontos do corpo.
Guias quase celestiais
de astros terrestres e de pele.

Cansaço.
De uma vida dura
Ou leve. Marcada.
Traçada 
Trocada
Vivida.

Texto: Fangueiro
Ilustração: Meixedo

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Conta-me!

Reflecte, não me digas que não o tens. Sê verdadeiro.
Conta-me como fazes.
Essas tuas palavras feitas de coisas acertadas. Coisas de um livro. Coisas de mim!
Conta-me como trabalhas os meus sonhos e como neles morres. 
Fala-me do teu beijo doce. Do teu afecto. 
Crava em mim esses versos de poemas. Pinta-me palavras insubstituíveis. Rasga-me a felicidade na tua voz.
Agora possui a minha alma e corrompe-me a liberdade.
Escuta-me. Mostra-me esse teu olhar no meu silêncio. De melodias e confissões! 
Agora... agora ama-me!

domingo, 8 de fevereiro de 2009

DAS PALAVRAS À MÚSICA


Olhar-te nos olhos - Catarina Munhá

Um "presente" de uma leitora da tertúlia. Obrigado Catarina.

Música de CATARINA MUNHÁ.
Letra de PAULO MEIXEDO feat. CATARINA MUNHÁ

Inspirado no texto: OLHAR-TE PROFUNDAMENTE

posted by FANGUEIRO

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Reencontro


Não sei se te conheço
É possível mudar?
Não sei se te tenho apreço
É possível continuar?

Não sei se há amizade
É possível perceber?
Não sei se há vontade
É possível conceber?

Não sei se há confiança
É possível impulsionar?
Não sei se há esperança
É possível tentar?

Não sei se queres sorrir
É possível abraçar?
Não sei partir
Posso ficar?

Não sei o que somos
Nem o que temos
Não sei o que fomos
Nem o que sofremos.

Sei que nos encontramos
Para quê ressentir?
Sei que nos amamos
Porque não insistir?

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

ACTO DE ARTISTA

Pinta-me com tinta transparente.
Tintas de café e chocolate.
Falas com caneta permanente
De cores de espectro e de esmalte.


Pós de azedume e canela
Polvilhadas a pastel violeta.
Ou a carvão numa tela,
Pintas a lua num voo de borboleta.


No cavalete do horizonte,
Penduras o quadro
Nas pontes, na ponte!
Nas pinceladas do teu adro.


E num acto de artista,
Riscas um plano de areia.
Fazes linhas de trocista.
Do meu rosto, um pé de meia.


No céu de tom carmim
Teces meandros de azulejo.
Fazes desaguar em mim
O Douro com formas de Tejo.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A espera


Morrer lentamente
Sentir frio num corpo quente.
Estar só entre a multidão
Caminhar sem direcção!

Olhar quando se está cego
Arriscar e magoar o ego.
Viver sem respirar
Estender a mão sem alcançar!

Abraçar a fingir
Chorar… porque não sorrir?
Amar sem coração
Pedir e não ter perdão!

Saber sem conhecer
Lutar e nunca vencer.
Querer vinho e só ter água
Sorrir por entre a mágoa.

Ter fé mas temer
Chegar e desaparecer.
Optar e falhar
Tudo isto é ESPERAR...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Confidentes

Acordei.
Abri os olhos da mesma maneira. Desci a mesma rua. Mas o sol já não brilhava.
Uma avenida feita de música que me entope o pensamento. Um banco de jardim!
São as paredes gigantes, quentes e sombrias. São estas as gastas que gemem e me acusam! Olham-me!
Acusam-me!
Gritam mas não sabem do que falam! Caiem. Não se tornam a levantar. 
Fitam e amarram! Essa maneira pela qual me aprisionam. Pela qual me querem! 
INVADAM-ME. Peço-vos: Invadam-me!
Sangrem-me na voz o vosso gritar. O vosso olhar se me vê-des. Rasguem-me a pele que nunca me foi dada e presenciem. Presenciem-me! É nosso!
Não me digam que não vos importa que a chuva morra nos telhados. Digam-me que não querem. Nem sabem se a luz afoga as vossas ruas. A vossa alma não sabe mentir! 
Saboreiam os mesmos motivos. Determinam em primeira linha. Pelo grau. Pelo sentido. Pelo que vos foi dado. 
E libertam-se!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

GUIÃO

Como a folha de um guião.

Tento escrever as minhas falas,

Esvaziar as minhas malas,

Criar em mim a solidão.


A minha vida escrita,

Num acto de bem querer

Que tudo não é perder.

Frases de vida transcrita.


Qual é o meu papel?

Actor de um palco infinito.

Diálogo que eu permito,

Seja ele azedo ou mel.


Sentir a ficção do mundo real,

De um filme sem sentido.

Viver um teatro comedido,

De uma novela banal.


Escreve-me tu este guião.

Não quer saber o que digo.

Peço-te como um mendigo,

Escreve-me! porque não?


sábado, 31 de janeiro de 2009

NÓS

Final, início.
Chão, Tecto.
E é para o precipício
O mal que te remeto.

Frio, calor.
Sol, Lua.
Contrários de fervor?
Verdade nua e crua.

Significado, significante.
Ouço-te, falo-te.
Mas é tudo importante,
Ou calo-me? Calo-te.

Silêncio, grito.
Sozinho, Irmandade.
Estou bem? Estou aflito?
Não sei. É a verdade.

Mal, bem.
Vestido, nu.
Contradiz? Detém?
Sou eu. És tu.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Olhar-te profundamente


Olhar-te nos olhos. Reclamas que te olho profundamente. Desculpa. Tudo o que vivi foi profundamente.
Ensinei-te quem sou. Foste-me tirando o espaço entre os abraços. Guarda-se apenas uma fresta.
Eu que sempre fui livre. Nada me importa. Nada me importa. Os outros nada me dizem! Quero resgatar. Até onde posso ir para resgatar! Não reclames. Não me podes pedir para me inventar de novo.
Desculpa se te olho profundamente. Tão rente à pele. Ao ponto de ver os teus antepassados nos teus traços. Ao ponto de ver a estrada antes dos teus passos. Não posso separar as minhas vitórias dos meus fracassos. Não renunciarei em mim nenhum pedaço do meu ser. Vibrante. Errante. Sujo. Livre. Quente. Eu quero estar vivo. Quero permanecer a olhar-te profundamente.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Palavras em vinho quente


Vinho? Tinto? Branco? Tinto, sem dúvida...
Tinto... Cor de sangue, cor de tinta... a tinta que escreve palavras quentes e as frias que doem... Em páginas, folhas, na pele... sobre mim, sobre ti... 
O vinho que me tinta, que te tinta, que me desenha e te desenha...
Vinho quente... acrescenta-lhe canela para adocicar e vinho do porto para estremecer... Podem ser linhas doces ou uma escrita de opiniões que levam à loucura...

É com este vinho que vamos soltar as palavras... com o vinho que leva à loucura...