
Dizem-me que vai e que não volta!
Dizem-me que a pele envelhece e as rugas rasgam-me o rosto.
Contam-me historias de vento e de sol. De dias de chuva. Dias de frio
Conta-as por mim.
Diz-lhes que um dia eu tinha rugas. Mas de expressão. Conta-lhes o que fui.
Contam-me que os dedos dobram e os olhos fecham. Contam-me que o cabelo fica cor da neve e que a neve cai!
Diz-lhes que um dia a minha neve era cor chocolate negro e te deliciava!
Contam-me que o peso da alma torna-se maior. Que o rasgo dos dias nao tem fim e que o choro é igual ao sorriso! Contam-me que as batalhas são asas de aves que abrem e não fecham!
Diz-lhes que um dia as tive. E que nunca as fechei.
Contam-me que os dias são ponteiros de relógio que não param. Contam-me que os ponteiros são motores da vida que enfraquecem!
Contam-me que a cor dos dias fica cinzenta. Que as flores murcham. Que a tua voz fica mais leve e mais fraca!
Diz-lhe que as cores para mim eram tubos de tinta espalhados pelo chao. Que as flores viviam sempre vivas. Num movel em cima do quarto. Diz-lhes o quanto a minha voz é estridente. Que baixa de tom quando se envergonha...
Contam-me coisas de encantar. De chorar. E de ficar. Contam-me pedaços de mim, de ti e deles.
Diz-lhes que um dia eu desci a calçada a cantar. Que a desci a gritar. Que a desci a sorrir.
Diz-lhes.
Se os meus olhos cerrarem o mar continuará azul. Que serei o eterno apaixonado do vento e do rasgo dos teus olhos.
Diz-lhe com quantas cores te pintei. Com quantas cores colori a vida.
Mas diz-lhes por favor. Com quantos sorrisos te encontrei. Com quantos te arrastei. Com quantos te convenci. Com quantos te fiz feliz.
Diz-lhes o que é ser feliz.
posted by: MEIXEDO